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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Ampliando o repertório de atividades em sala de aula





São Paulo-SP, 13/09/2004
Saiba como estimular os alunos com deficiência para desenvolverem seu potencial em sala de aula
Ana Cristina Fagundes Souto e Aline Gomes Medina
Daremos a você algumas dicas que poderão auxiliá-lo no processo educativo de crianças com deficiência presentes em salas regulares. As dicas que daremos são genéricas e você deverá adaptá-las de acordo com a realidade de sua sala de aula.
Como cada caso é um caso recomendamos que, se estas dicas não forem suficientes, você busque um contato com profissionais de reabilitação ou especializado em educação de crianças com deficiência para troca de idéias.
Por experiência, observamos, em muitos casos, os professores - depois de tentarem algumas alternativas com o aluno especial e as mesmas não darem certo - chegam à conclusão que a criança não tem condições de aprendizagem, o que muitas vezes não é verdadeiro.
É importante que você tente criar possibilidades a partir de sua vivência e do desempenho que você observa do aluno, trocando informações com outros profissionais que poderão auxiliá-lo na busca de novas estratégias, afinal pessoas diferentes, com diferentes formações têm diferentes pontos-de-vista, que muitas vezes podem se complementar para a implementação de uma prática que renove as formas habituais do trabalho pedagógico.
A observação do aluno inclui suas habilidades e dificuldades. Ao se deparar com a dificuldade do aluno em realizar determinada tarefa, é necessário observar o que pode estar gerando esta dificuldade e planejar uma estratégia, por exemplo:
Iago tem 5 anos e está em uma escola regular de ensino infantil. Em atividades gráficas, a professora percebeu que o aluno ultrapassa os limites da folha. Ela já havia explicado verbalmente que ele não deveria fazer isso. Após refletir sobre a situação, ela percebeu que Iago tinha dificuldade em entender as instruções verbais e decidiu utilizar um recurso concreto que complementaria esta instrução. Colocou uma moldura de lixa em volta da folha sulfite, de forma que Iago pôde começar a perceber os limites da folha, através do contraste de cor e textura e amparado pelas instruções verbais. Que deficiência ele tem? Pensamos em não colocar o tipo de deficiência justamente para estimular a professora a se desvencilhar de diagnósticos médicos e construir a observação investigativa do aluno que se apresenta.
Em todos os casos de alunos com deficiência frisamos a importância de:
* atividades integrativas, ou seja, utilização de diferentes estratégias em uma mesma atividade, para diferentes alunos;
* atividades cooperativas promovendo com isso um tipo de relação com o outro baseado não na competição, mas na capacidade de cooperar, aprender junto com os outros alunos;
* atividades acessíveis no processo educacional, permitindo o acesso de todos os alunos às tarefas, tomando o cuidado de não utilizar atividades que possam reforçar o fracasso escolar na realização de uma tarefa e que não esteja ao alcance do aluno neste momento.
Muitas vezes utiliza-se como centro do processo de aprendizagem as habilidades gráficas do aluno, porém elas não são a única forma de produção de respostas e materialização do processo de desenvolvimento neuropsicomotor e aprendizagem.
Para qualquer criança, inclusive as que têm algum tipo de deficiência, a utilização de diversos recursos sensoriais e cognitivos, tanto para instruções sobre as atividades pedagógicas, como para a produção de respostas, pode auxiliar a contemplar as diferentes formas de aprender dos diferentes alunos.
O professor está trabalhando o conceito de família e a construção da identidade de seu aluno a partir de sua família.
Ele pode solicitar que seu aluno nomeie ou escreva sobre as pessoas que compõem sua família, identificando nome, grau de parentesco, suas idades, etc. Ou o mesmo professor pode trabalhar esse conceito utilizando a identificação de figuras que retratem cenas familiares em revistas, identificação de núcleos familiares das novelas que o aluno costuma assistir, visita e entrevista com uma família do bairro em que vive, obras de arte famosas com o tema, etc. Posteriormente abordará a família específica do aluno com a construção de uma árvore genealógica onde o aluno poderá utilizar diversos materiais para confecção (cartolina, lápis de cor, folhas de árvore, fotografias de seus familiares tiradas por eles mesmos), o que identifica em comum entre si e cada um dos membros de sua família (tanto fisicamente como características de personalidade), etc.
Esta segunda opção de atividade é apenas um exemplo de como explorar ao máximo o potencial da atividade em solicitar recursos sensoriais e cognitivos diversos sobre um mesmo tema.
Caso encontre dificuldade, indicamos que procure um profissional da área de terapia ocupacional, para uma melhor análise do caso e auxiliá-la na adaptação e facilitação de atividades, bem como em atividades de cooperação e integração que tragam aprendizado dentro do que o aluno é capaz, não fugindo do conteúdo programático escolar.


Para saber mais:  Rede SACI

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