São Paulo-SP, 13/09/2004
Saiba como estimular os alunos com deficiência para
desenvolverem seu potencial em sala de aula
Ana
Cristina Fagundes Souto e Aline Gomes Medina
Daremos a
você algumas dicas que poderão auxiliá-lo no processo educativo de crianças com
deficiência presentes em salas regulares. As dicas que daremos são genéricas e
você deverá adaptá-las de acordo com a realidade de sua sala de aula.
Como cada
caso é um caso recomendamos que, se estas dicas não forem suficientes, você
busque um contato com profissionais de reabilitação ou especializado em
educação de crianças com deficiência para troca de idéias.
Por
experiência, observamos, em muitos casos, os professores - depois de tentarem
algumas alternativas com o aluno especial e as mesmas não darem certo - chegam
à conclusão que a criança não tem condições de aprendizagem, o que muitas vezes
não é verdadeiro.
É
importante que você tente criar possibilidades a partir de sua vivência e do
desempenho que você observa do aluno, trocando informações com outros
profissionais que poderão auxiliá-lo na busca de novas estratégias, afinal
pessoas diferentes, com diferentes formações têm diferentes pontos-de-vista,
que muitas vezes podem se complementar para a implementação de uma prática que
renove as formas habituais do trabalho pedagógico.
A
observação do aluno inclui suas habilidades e dificuldades. Ao se deparar com a
dificuldade do aluno em realizar determinada tarefa, é necessário observar o
que pode estar gerando esta dificuldade e planejar uma estratégia, por exemplo:
Iago tem
5 anos e está em uma escola regular de ensino infantil. Em atividades gráficas,
a professora percebeu que o aluno ultrapassa os limites da folha. Ela já havia
explicado verbalmente que ele não deveria fazer isso. Após refletir sobre a
situação, ela percebeu que Iago tinha dificuldade em entender as instruções
verbais e decidiu utilizar um recurso concreto que complementaria esta
instrução. Colocou uma moldura de lixa em volta da folha sulfite, de forma que
Iago pôde começar a perceber os limites da folha, através do contraste de cor e
textura e amparado pelas instruções verbais. Que deficiência ele tem? Pensamos
em não colocar o tipo de deficiência justamente para estimular a professora a
se desvencilhar de diagnósticos médicos e construir a observação investigativa
do aluno que se apresenta.
Em todos
os casos de alunos com deficiência frisamos a importância de:
* atividades integrativas, ou seja, utilização de diferentes estratégias em uma mesma atividade, para diferentes alunos;
* atividades cooperativas promovendo com isso um tipo de relação com o outro baseado não na competição, mas na capacidade de cooperar, aprender junto com os outros alunos;
* atividades acessíveis no processo educacional, permitindo o acesso de todos os alunos às tarefas, tomando o cuidado de não utilizar atividades que possam reforçar o fracasso escolar na realização de uma tarefa e que não esteja ao alcance do aluno neste momento.
* atividades integrativas, ou seja, utilização de diferentes estratégias em uma mesma atividade, para diferentes alunos;
* atividades cooperativas promovendo com isso um tipo de relação com o outro baseado não na competição, mas na capacidade de cooperar, aprender junto com os outros alunos;
* atividades acessíveis no processo educacional, permitindo o acesso de todos os alunos às tarefas, tomando o cuidado de não utilizar atividades que possam reforçar o fracasso escolar na realização de uma tarefa e que não esteja ao alcance do aluno neste momento.
Muitas
vezes utiliza-se como centro do processo de aprendizagem as habilidades
gráficas do aluno, porém elas não são a única forma de produção de respostas e
materialização do processo de desenvolvimento neuropsicomotor e aprendizagem.
Para
qualquer criança, inclusive as que têm algum tipo de deficiência, a utilização
de diversos recursos sensoriais e cognitivos, tanto para instruções sobre as
atividades pedagógicas, como para a produção de respostas, pode auxiliar a
contemplar as diferentes formas de aprender dos diferentes alunos.
O
professor está trabalhando o conceito de família e a construção da identidade
de seu aluno a partir de sua família.
Ele pode
solicitar que seu aluno nomeie ou escreva sobre as pessoas que compõem sua
família, identificando nome, grau de parentesco, suas idades, etc. Ou o mesmo
professor pode trabalhar esse conceito utilizando a identificação de figuras
que retratem cenas familiares em revistas, identificação de núcleos familiares
das novelas que o aluno costuma assistir, visita e entrevista com uma família
do bairro em que vive, obras de arte famosas com o tema, etc. Posteriormente
abordará a família específica do aluno com a construção de uma árvore genealógica
onde o aluno poderá utilizar diversos materiais para confecção (cartolina,
lápis de cor, folhas de árvore, fotografias de seus familiares tiradas por eles
mesmos), o que identifica em comum entre si e cada um dos membros de sua
família (tanto fisicamente como características de personalidade), etc.
Esta segunda opção de atividade é apenas um exemplo de como explorar ao máximo o potencial da atividade em solicitar recursos sensoriais e cognitivos diversos sobre um mesmo tema.
Esta segunda opção de atividade é apenas um exemplo de como explorar ao máximo o potencial da atividade em solicitar recursos sensoriais e cognitivos diversos sobre um mesmo tema.
Caso
encontre dificuldade, indicamos que procure um profissional da área de terapia
ocupacional, para uma melhor análise do caso e auxiliá-la na adaptação e
facilitação de atividades, bem como em atividades de cooperação e integração
que tragam aprendizado dentro do que o aluno é capaz, não fugindo do conteúdo
programático escolar.
Para saber mais: Rede SACI
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